22 de dez. de 2009
15 de dez. de 2009
#25
dois banhos
e nos meus dedos
ainda exala
o cheiro da tua boceta
lembro dela molhada
e fedendo.
teus mamilos eram
levemente
salgados pelo suor
teu cabelo cheio
de nós
não deixava eu passar
a mão
tua boca exalava
um cheiro de vodka
cerveja e cigarros
e tudo ficou pior
depois de a gente trepar
por duas horas
no quarto fechado
enrolados em baseados
cinzas
fumaça
e gozo espalhado
pelo colchão e tuas
costas
13 de dez. de 2009
#23
um gosto dum cigarro
que não fumei
é foda tentar levantar
as 3 da tarde
com o sol batendo na tua cara
e a cabeça ainda girando
e pedindo
pelo amor de deus
me da uma folga só hoje
mas a cerveja na geladeira
é sempre o melhor remédio
pra dias como esses
e tu fica o dia inteiro se arrastando
pela casa
na privada um cheiro de vômito
mas tu só imagina o que aconteceu
talvez o fato de ter acordado de manhã
estirado no chão do banheiro
responda algumas dúvidas
e a geladeira ta vazia
e não tomo banho faz três dias
cortaram a água aqui em casa
e a chuva acalmou lá fora
e ainda é um domingo
sem jogo do inter
pra ver
9 de dez. de 2009
não é com um tiro que o dramaturgo vai cair, nem 3, 4, 5.......
o Marcelo Rubens Paiva, no blog dele, atualiza o estado do bortolotto - que levou a pior. O cara tá bem, desentubaram e se recupera de todas cirurgias que teve que passar. E isso é bom pra caralho, porque iria ser foda ficar sem ver um bom blues da Saco de Ratos e não ver mais nenhuma peça ou escrito do cara correndo por ai.
esse texto é la do blog do Marcelo Paiva, duma jornalista do Estadão que resolveu aprofundar e mostrar que o bortolotto e sua arte não tem nada a ver com violência, como costumavam dizer algumas midias por ai.
e os amigos do cara estão fazendo várias eventos pra ajudar a familia dele com as despesas e pra conscientizar a galera do que anda ocorrendo nas ruas enquanto todos políticos e o escambau dormem o sonho dos (in)justos.
como dizem nas redondezas, a arte não pode parar.
Segue o texto:
Mario Bortolotto e violência: uma falsa associação
Título do blog 'Atire no dramaturgo' é homenagem ao livro 'Atire no Pianista', de David Goodis
Beth Néspoli, de O Estado de S. Paulo
A inquietação mais intensa diz respeito ao equívoco envolvendo o nome do blog de Bortolotto, intitulado Atire no Dramaturgo. Muitos se preocuparam em esclarecer a origem desse batismo, homenagem ao livro Atire no Pianista, do David Goodis. Trata-se de um romance policial que, por sua vez, remete ao cartaz NÃO ATIRE NO PIANISTA que podia ser lido nos saloons do Velho Oeste.
Outra fonte de equívoco talvez tenha vindo das imagens publicadas no blog de Bortolotto da peça Brutal, em cartaz no Espaço dos Parlapatões na madrugada do assalto. Sobretudo uma imagem, respingada de sangue, da atriz Maria Manoella. Mulher do ilustrador Carcarah, que também foi baleado, ela enfatiza: "a peça é um manifesto contra a violência."
Ainda assim, o tom de Brutal é quase exceção na vasta obra desse dramaturgo. Os personagens de Bortolotto costumam portar mais copos do que armas; há mais outsiders do que bandidos. Editadas, são 19 peças, em três livros de coletâneas. Quem se der o trabalho de ler verá que mesmo os bandidos, em sua maioria, como no velho oeste, orgulham-se de um código de honra no qual não cabe o ataque covarde.
Há quem compare Bortolotto ao Plínio Marcos, mas se há algo em comum, é apenas a compaixão pelo ser humano desgarrado. E só. São universos diferentes. Os personagens de Plínio Marcos lutam para se integrar. Gostariam de ter família, casa e carro, mas têm um impedimento de origem: a pobreza extrema. Por isso são trágicos, nascem marcados por um destino imutável. Querô, filho de uma prostituta que se matara tomando querosene e é criado num bordel, não pode conquistar nada na vida. Seu meio ambiente e seus recursos não permitem, ainda que ele tente.
Já os protagonistas de Bortolotto tornam-se marginais - no sentido de estar à margem, na periferia do sistema econômico - por conta de sua escala de valores. Eles recusam a ideia da conquista de um carro 4x4, roupas de grife, casa na praia e celular último modelo como sinônimo de sucesso. São marginais porque preferem a liberdade de não produzir em série numa esteira industrial, coisa antiga, ou de "serem produzidos em série", expressão talvez mais pertinente ao jovem trabalhador na atual sociedade de consumo digital. Uma dramaturgia assim nada tem a ver com o estímulo à violência, pelo contrário. Hoje em dia mata-se e morre-se por um "vai passando o celular" como disse o assaltante que atirou em Bortolotto, no testemunho de seu amigo Carcarah, também baleado. E Bortolotto, que não dá a mínima por um celular, reagiu, provavelmente pelos amigos.
Fiel ao que prega, ele não tem muitos bens materiais, apenas uma quitinete no centro da cidade, comprada com os direitos autorais pagos pelo ator Raul Cortez por duas de suas peças, seus livros e sua obra, essa última um bem 'apenas' simbólico, imaterial. Tem muitos amigos e de boa cepa. "Cuidado com a vaidade da dor", foi uma frase ouvida pela reportagem do Estado no sábado, na Santa Casa de Misericórdia. Havia ali um acordo tácito de não se gravar entrevistas para a televisão. Assim, evitou-se o espetáculo da comiseração e da solidariedade forçada. Carcarah, ilustrador, autor dos desenhos de capa de dois livros de Bortolotto, um deles Atire no Dramaturgo, compilação de textos do blog, hesitou em dar entrevista ao Estado depois de ter alta do hospital. "Pode dar a impressão de que estou querendo aparecer. Quem tem de falar é ele, quando estiver bom." Bortolotto pode não ter muito a esclarecer, mas vai saber que os valores de seu teatro têm ressonância. No mínimo, entre seus amigos, que não são poucos.
1 de dez. de 2009
a ideia do mundo acabar ainda nos soa na cabeça e o Van Morrison numa tarde pode ser fatal
me alertaram hoje. Não tava bebendo, minha garganta ta me matando e engolir saliva já ta difícil pra caralho. Se bem que acredito que uma ceva gelada ou um whisky quente me faria muito bem. Também não tou na maior tranquilidade. tenho uns textos pra entregar pro jornal da faculdade - faz dois meses que não entro numa edição, acabo adiando as pautas ou sem vontade de escrever os texos, mas dessa vez mando de cara duas matérias pra agradar a professora e não ter que fazer isso semestre que vem, denovo. Ando com umas ideias na cabeça pra uns textos, não sei se só contos ainda ou algo maior. ainda tenho a ideia da peça "Poliana, a junkie" pra botar no papel também, fora que juntei vários textos aqui do blog e uns outros perdidos e coloquei tudo num livro: "Flagrantes de Adultério nos Motéis de Teresina". Tenho que trabalhar nele, cortar uns, acrescentar outros, fora que pedi pruns amigos desenharem nuns poemas. Larguei o livro nas mãos deles e disse pra se divertirem onde conseguissem. Gosto do desenho deles. Um é o Guilherme Dal Sasso, que desenhou a capa da última edição do Língua Pop, que aliás, não morreu como avisou o bruno num post lá no blog dele, só falta a gente voltar a passar a madrugada de bar em bar, estrela cadente pra estrela cadente, que pensamos em outras matérias e entrevistados e essas coisas lá da bagaça. Outro que pedi pra desenhar é o Leandro Selister, o cara que era responsável pelo Artewebbrasil, curto os traços dele. Vou ver, quando eles me mandarem uns desenhos e eu acabar de mexer nos textos, coloco pra baxar aqui no blog.
e conversando com o bruno daquela história do mundo acabar e não sei o que, que ele também já colocou no blog dele, na minha pira de que se tudo tivesse desmoronando no outro lado da rua só queria tá sentando num banco na beira da praia com uma cerveja estupidamente gelada olhando todo aquele caos, acrescento agora o Van Morrison no mp3. O bruno já preferiu um Guns, ou o Lewis ou até o Tom Waits pra quando ele voltar do banheiro e pegar uma garrafa de Jack Daniel's e se sentar na mesa do fundo do bar, vazio, com as portas ainda balançando porque o dono fugiu e ninguem mais ficou lá. E a gente ficou um tempo viajando nessas merdas que a gente sempre viaja e como é foda escolher um disco pra quando tudo tiver caindo ao teu redor. O que resta é torcer pra que as coisas não explodam tão rapido, que pelo menos de pra nós virarmos o lado do vinil.
Até que to tranquilo, mas como não o suficiente, e como o alerta me soou sério, vou dar uma volta aqui pela rua, botar a cabeça pra funcionar, comprar um pacote de salsicha pra encrementar na miojo, descolar uns latões de cerveja, mandar a dor de garganta pro espaço e baxar mais uns 6 discos desse irlândes fodido e passar a noite resolvendo essas coisas. Ou não, talvez fique só bebendo e curtindo o som, que já tá bom pra caralho também.
27 de nov. de 2009
um gole, enfim
mesmo a gente sempre chegando a conclusão de quão bosta somos, de que nenhuma garota nos aguenta por muito tempo, de como desperdiçamos amores ou apenas fodas as 4 e meia duma quinta-feira a tarde, mesmo assim um blues, uma bharma gelada e um bom camarada conseguem nos animar e nos deixar rindo de tudo isso.
porque se levar a sério é o pior que nos poderia acontecer.
24 de nov. de 2009
tardes e mais tardes assim, levando, arrastando mas sempre tentando alguma coisa, seja lá o que for
enquanto isso a gente segue aqui, na frente desse computador escrevendo histórias e mais histórias, rabiscando uns poemas cretinos, inventando personagens, se cadastrando em rh's de empresas jornalísticas, enviando currículos para locadoras, viajando em sites de editoras, assistindo séries americanas e acabando mais uma garrafa. Só pra ter certeza que por pior que parece ser, foi o que escolhi pra me fuder, ou viver.
23 de nov. de 2009
e mais um domingo acaba nem tão ruim assim
pelo trecho
...................(do livro)
e pelo beijo
...................(prometido)
16 de nov. de 2009
mais um dose pragente se aguentar mais um dia
Passei todo final de semana ao teu lado,
acordei contigo enrolada no meu braço
e tu ainda quer saber por onde ando nas noites que acontecem depois
A idéia de tu sair usando minhas roupas
de transarmos com camisinha
de tu chegar aqui mestruada
chupar meu caralho
e me fazer gozar usando as mãos
não foi bom pra gente.
Se fosse outra, aquelas outras...
Contigo não
Essa história de baseados e filmes do Bertolucci era boa só na imaginação.
Agora, preciso de outras cervejas
que a tua voz já soa no interfone.
10 de nov. de 2009
um chá inglês sem leite pra não esquecerem de mim
- e faça um bom trabalho com esses pratos imundos.
caio na cama e deixo o tempo passar um pouco mais. E o dinheiro que serviria para continuar a ter pilhas de pratos imundos na pia é substituido pelo Big Sur do Kerouac e o Amor é um cão dos Diabos do velho Buk. Mas a porra do curso de jornalismo me obriga a ler O Monge e o Executivo. Coisas que só a faculdade pode te proporcionar. A puta com essas merdas de auto-ajuda. Caio matando uns poemas do Bukowski e me divirto com quem realmente tá lendo essas porras que nos indicam.
mais algumas xícaras de chá pra enganar o estômago junto com mais algumas bolchas água e sal. De consolo, o chá inglês mesmo. Bom saber que lembram de ti quando tão lá do outro lado do mundo.
4 de nov. de 2009
alguém ainda fode com a gente, as drogas ou os desencontros.
- olha só, não ta rolando. esse pó fudeu comigo
- ah não, vai ter que dar um jeito
- que jeito, porra, só amanha de manhã, quando a bucha acabar e a gente acordar.
- nem pensar.
e ai ela pegou um creme que passava sempre que saia do banho e besuntou meu caralho com aquilo. Massageava toda a extensão do meu pau, as bolas, e, safada como era, passava um pouco no meu cu. Ela sempre tenta enfiar o dedo no meu rabo enquanto a gente fode. Descobri com um amigo que ela tenta fazer isso com todos, ou pelo menos sempre com nós. Mas não querida, no meu rabo não.
- to te falando, nem isso vai adiantar. É melhor a gente sair e tomar umas cervejas do que ficar aqui tentando levantar essa porra.
- puta que pariu, amanhã tu vai ter que dar um jeito nisso, se não já eras pra nós.
- amanhã baby, amanhã sempre se dá um jeito.
e ela levantou e sentou na minha cara.
- te vira com a boca por hoje.
foi a única coisa que pude fazer.
já tava na merda mesmo então resolvi acabar com o resto de septo que tenho no nariz. Eram três da manhã quando decidimos entrar numa festa que acontecia no lado do bar. Não fazia a mínima ideia do que tava rolando lá dentro, mas era entrar naquela casa preta, molhada com o suor que escorria pelas paredes num dos dias mais quentes da cidade e deixar o efeito passar. Pelo menos assim, naquela noite, teria entrado num buraco preto e molhadinho.
tava insuportável naquele lugar. Eu tinha uns vinte reais no bolso e torrei tudo em cerveja pra ver se o calor diminuía. muito pelo contrário, a garota do bar só fazia ficar mais quente com as trovas que me passava quando pedia uma bebida. Mas é sempre assim, bebo duas garrafas, vou três vezes ao banheiro. Devo ter um problema de bexiga que não retém o liquido certamente, ou a minha é menor que as normais, sei lá. Foda é que toda vez que ia mijar, segurava aquele caralho mole e cheio de creme e só pensava que não podia falar com a garota do bar, se não nunca mais teria alguma chance qualquer. Um amigo já me disse, namorar garotas do bar é foda, mas pelo menos tu descola umas bebidas de graça.
Acabou o dinheiro, a cocaína e meu saco praquele calor todo. Sai sozinho do bar, a garota do creme deve ter ficado puta com a minha incapacidade de fuder naquela noite e sumiu na multidão. Ela tinha uma chave do ap, não ia correr atrás. Antes ainda encontro uns camaradas que me convidam para uma última partida de bilhar, não vou dizer não para os amigos.
- e ai, a noite, foda?
- foda, foda, muito foda.
-comeu alguém?
- bem que tentei.
- como assim?
- essas drogas né velho.
- caralho meu, isso vai foder contigo.
- acho muito difícil isso me fuder, muito difícil
acabou as fichas, as moedas e qualquer coisa que te mantém na madrugada até o dia dar as caras. Fui pra casa, tentar dormir era o que restava. Não foi tão difícil, tirei a roupa e capotei na cama.
Acordo no outro dia de pau duro, loco pra mijar. Olho pro lado e garota não tá na cama. Deve ser por isso que a gente não da certo. Os desencontros acabam com qualquer coisa.
29 de out. de 2009
de rotina ja me basta todas as semanas, porra
na verdade to na expectativa desse feriado. to a semana inteira afim de tomar umas cevas durante a tarde inteira. fumar uns baseadinhos e ficar atirado na sala conversando merda com a trupe. depois sair na noite, e ai nunca se sabe o que vai acontecer. pode ser tudo ou nada. eu prefiro o tudo e as vezes não me lembrar de nada.
ando vendo a trupe bastante esses últimos meses. ta bacana pra caralho. quando não aguento mais porto alegre, me atiro dentro dum ônibus e duas horas depois já to na cidade da tribo fumacê. mesmo que ficar dois dias lá já me encha o saco novamente, pelo menos tem o pessoal. E as tardes inteiras sentados na frente da locadora olhando as bundas que passam por ai.
Talvez a trupe venha de bando pra cá esse feriado e ai eu não sei muito bem o que pode acontecer. melhor assim, não? de rotina já me basta a semana inteira.
26 de out. de 2009
zero horas de sono em dois dias (ou bate e volta c. barbosa - porto alegre)
a noite de ontem foi foda. Misturou aquelas noites em que ta tá prestes a sair, mas tudo em volta te diz pra ficar. E ai tu sai e a primeira garrafa de cerveja ainda não desce como deveria descer e os papos com os amigos não rolam como deveriam rolar e tu fica atirado num sofá pensando que hoje a noite não ta prestando. Mas ai o estômago começa a trabalhar, tu vai digerindo tudo que aconteceu antes e a cerveja já escorre muito mais fácil dentro de ti e as risadas começam a surgir e tu resolve levantar do sofá, colocar um som alto e pá! aparece alguém com a ideia de ir pro bar. é sacana essa noite, ela te testa pra ver se tu merece sair com ela ou não.
e é ai que ela aparece pra ti, quando ela saca que tu ta nela mesmo com tudo girando contra. E ela vem em forma de sinuca, ou de drogas que te deixam uma pilha, ou drogas que te fazem dormir e rir. Recompensa, ela te recompensa por ter deixado a desconfiança pra trás e saído mesmo pensando que não deveria. E tem vezes que a recompensa é demais.
- perdido ai?
- perdido, eu? há muito tempo...não lembro de ti.
- não, tu nem me conhece na verdade.
- prazer então.
- hehe, prazer
- ....
- ....
uns goles na cerveja, o amigo que te cutuca ao lado.
- quem é essa mina meu? Gata pra caralho.
- não sei também velho.
e tu volta pra falar com a garota e ela já foi embora. A noite te presenteia, mas tu tem que desempacotar o embrulho sozinho. E rápido, antes que alguém faça por ti.
nunca me dei bem com as garotas mesmo. Essa história de chegar puxando assunto e ai tem que cuidar pra não dizer tudo que pensa, porque, provavelmente, ela se espantaria com a quantidade de besteiras que seriam. Ou não, vai que ela pense as mesmas porras que eu. Mas ai a cabeça mergulhada na mistura de drogas para dormir e rir e drogas que te deixam uma pilha fazem efeito acabo pensando de mais na minha viagem, e esqueço de falar qualquer coisa. Mas tudo bem, só mais uma noite sozinho é o máximo que pode acontecer.
e a missa acaba. Mas o gosto na boca e a dor de cabeça da ressaca não. E como já são quase meio-dia, um almoço pra celebrar o corpo de cristo que invade mais uma pessoa é inevitável. Não vou reclamar, faz alguns dias que ando a base de miojo com salsicha. Mas é muita comida, não consigo nem olhar praquele monte de carne com queijo e molhos diversos, ou aquela massa, as batatas fritas altamente gordurosas, puts é muita comida pro meu estado físico e mental. E ai vem o momento crucial, as bebidas. Porra, de cara pensei na história que o bruno bandido sacou. Algo como “só um bêbado pra achar uma boa ideia continuar a beber pra não passar mal pela ressaca.” E nesse dia eu era um bêbado e achei aquela história nem um pouco idiota. Uma cerveja, por favor.
zero horas de sono em dois dias, era esse o estado que eu estava quando começou o grenal. Puts, futebol sem cerveja não é futebol, e como a cerveja do almoço manteve meu estado entorpecido afastando a ressaca, mais algumas nos próximos 90 minutos então. Quase dormi nos 15 minutos do intervalo. Quase não, dormi na mesa do bar nos quinze minutos do intervalo. O jogo se arrastou pelo segundo tempo e a hora do meu ônibus partir já tava chegando. O inter ganhou e deu tempo d’eu alcançar o ônibus .
sentei num banco ao lado da janela, coloquei os fones no ouvido e apertei um play nos Rolling Stones. Um tempo depois acordo com a Ângela Rô Rô cantando "Meu mal é a birita", sorrio de canto, viro pro lado e volto a dormir.
23 de out. de 2009
tempo até tenho, vontade é que anda difícil
quando fui recolher o lixo hoje, fazia alguns dias que ele já transbordava, só senti latas de cerveja e um fedor de cinza quando fechei a sacola. tem tardes que a gente liga o foda-se de vez e passa bebendo, fumando e as vezes descola um cinema, ou uma parceria afim de fazer um tatuagem na hora, na pilha, no auge da piração.
e enquanto isso vou tendo algumas ideias e esquecendo várias na manhã seguinte. mas anda tudo tão arrastado que nem pra sentar nesse computador e escrever algo ta rolando. fazer o que né, acho que um dia isso vai mudar. uma hora a cabeça explode com tanta merda que a gente fica adubando ali dentro.
17 de out. de 2009
uma pequena história
agora, era só fechar os olhos e esperar que o tempo passasse.
13 de out. de 2009
"carnaval inesquecível na cidade alta"
12 de out. de 2009
5 de out. de 2009
#35
com notícias de ontem
..............chegaram
....e eu
ainda nessa mesa de bar
3 de out. de 2009
aquelas sextas que por mais que a gente chape, tudo em volta ainda é careta
pego um táxi pra voltar. os dez reais que me restam no bolso, pro resto do final de semana, não resistem ao trauma duma quase faca enfiada no estômago. ou das coronhadas que aquele cara recebeu essa noite por chutar um homem. gasto cinco e atravesso o viaduto mais fodido. em casa um pornô barato num canal aberto. gozo em cinco minutos.
tem algo mais deprimente que isso?
23 de set. de 2009
um bar escroto com um punk do velvet nas caixas de som
fazia o som da bateria naquela noite. rápido, frenético.
e as pessoas continuavam andando. eu, atrás
tumtum pápá tumtum pápá tumtum pápá
do banheiro saia direto pro bar
uma linha, uma dose de whisky
uma garota sentada fumando um cigarro
tumtum pápá tumtum pápá tumtum pápá
- e ai, tranquilo?
a fumaça jogada na cara
- oi
- olha só, já te vi por aqui, não? nesse bar, nesse mesmo banco, com esse mesmo cigarro?
- eu costumo fumar esse cigarro
- queres um pouco?
a bebida displicentemente levada pra frente. Um pouco cai direto pro vestido dela
- valeu
tumtum pápá tumtum pápá tumtum pápá
- olha só, vou ali no banheiro
a fumaça, novamente, na cara
- é..pode ser, vou junto
tumtum pápá tumtum pápá tumtum pápá
no banheiro o vício é estendido em cima da carteira
a garota sentada na privada, de vestido e pernas abertas
segurando meu copo de whisky
tumtum pápá tumtum pápá tumtum pápá
uma em cada narina
duas pra cada um
ela levanta e bebe todo meu drink
- me paga outro?
tumtum pápá tumtum pápá tumtum pápá
- um whsiky
....
- valeu
o show continua.
tumtum pápá tumtum pápá
saimos pra dançar
tumtum pápá tumtum pápá tumtum pápá
luzes de diversas cores, as pessoas se esbarrando
pulando e dançando
na pista eu ja tava enlouquecendo, a garota derrubando minha dose de whisky
jogando o cigarro fora e me dando um beijo
tum.. tum pá.. pá...tum.. tum pá.. pá
agora a bateria já soa mais devagar.
18 de set. de 2009
rock n' roll, obrigado
O cabelo já não balança freneticamente como antes, quando acompanhava o ritmo do corpo que ainda não se mantinha comportado junto ao banco do piano. Isso deve ser algo do preço que se paga por assumir um dos galhos principais da árvore genealógica do rock n’ roll.
O tempo passa e os efeitos são visíveis em um homem de 73 anos. Visto da rua poderia ser um velhinho qualquer, desses que passam as tardes no parque admirando as garotas, com olhares perdidos num ponto fixo distante e que, provavelmente, riem por dentro ao lembrarem do passado. Mas é só vencer a distância entre o backstage e o centro do palco, onde um piano preto de cauda o aguarda. Sentar sem dirigir uma palavra para a platéia que o ovaciona. Estralar os dedos e deslizar as mãos nas teclas brancas e pretas com uma intimidade cinqüentenária. É ai que se percebe, aquelas mãos nunca vão envelhecer. É Jerry Lee Lewis, baby, o pai mais endiabrado desse eterno jovem inconseqüente chamado rock n’ roll.
O garoto de Lousiana que aprendeu a tocar sozinho aos 8 anos de idade trocou a música gospel por um ritmo considerado do diabo lá nos idos dos anos 40. Aproveitava o vacilo de familiares e corria para um dos bairros negros próximo de onde morava. Num desses casebres descobriu que o piano poderia ser muito mais que um simples acompanhante calmo e angelical. Vendo a festa que faziam ao som de um blues rasgado, cantado com aquela voz cheia de pigarro que só os bons bluseiros poderiam ter, Jerry Lee Lewis despertou pra música, e de quebra ganhou seu primeiro sucesso, Whole Lotta Shakin’ Goin’ On. A mesma canção que encerrou o show do Killer sessenta anos depois, no dia 16 de setembro
Apoiado pela banda de Kenny Lovelace, o mesmo guitarrista que acompanha Jerry Lee desde 1965, o músico subiu ao palco para um show direto e rápido, seguindo à risca os princípios de um bom matador. Trocava poucos olhares com as duas mil pessoas que assistiam embasbacadas a performance. Mas mesmo assim Lewis se sentia a vontade, nem um pouco intimidado com quantidade absurdas de câmeras que filmavam e fotografavam, ou com o público que chutou as cadeiras para trás e dançava ou apenas olhava e gritava em transe as canções pouco conhecidas. Tão a vontade que esquecia o microfone ligado em sua frente e conversava com a banda entre uma música e outra. Pedia para os músicos o lembrarem a canção, ria dizendo numa voz rouca que esqueceu a letra. Mudava a ordem na hora e como recompensa para o público que não parou sequer um minuto, emendou duas músicas não planejadas no set list original. Do velho amigo Chuck Berry, o mesmo que recusou se apresentar antes de Lewis num show no final dos anos 50 e fez com que o Matador ateasse fogo no piano e continuasse a tocar até o instrumento suportar, Jerry Lee sacou Roll Over Beethoven e Sweet Little Sixteen.
Entre um clássico eletrizante colocando o público a caráter, com direito a vestido de bolinha, jaqueta de couro e topetes minuciosamente preparados, para dançar e canções da época country e pouco conhecidas, Jerry Lee Lewis fez um dos melhores shows do ano
Mesmo sem realizar movimentos que deram jus a fama de rebelde, como chutar o banco para trás e continuar a música em pé, sentar sob as teclas ao final das canções, tocar com os pés, subir num pulo só na calda do piano e cantar rebolando para o público num frenesi alucinante logo a baixo, as mãos do músico estavam lá. As mesmas mãos que Sam Phillips, da gravadora Sun Records, a que lançou Elvis Presley, afirmou serem a união do negro com o branco, a origem do rock n’ roll. E essas mãos não decepcionaram, pareciam não sentir os 73 anos e três ataques cardíacos que o mesmo corpo sofrera. Elas escorriam pelo piano rápidas, agressivas, diabolicamente a vontade naquele lugar.
O tempo passa e Jerry Lee Lewis supera tudo o que reservaram para ele. Seis anos de rejeição após descobrirem o casamento com a prima de segundo grau, de apenas treze anos na época. Cirurgias de risco. O abuso de álcool e drogas. Diversos casamentos rompidos. Duas mulheres mortas. Dois filhos mortos. O Matador passa por tudo sempre acompanhado do piano. Não parou de tocar sequer uma vez nesses mais de cinqüenta anos de carreira. Foi da fama ao lixo e voltou por cima, mais uma vez. Ainda grava canções inéditas, mesmo admitindo ser extremamente difícil decorar as letras. Ainda vive ao estilo selvagem que o consagrou. Basta ver a escolha feita quando perguntado numa entrevista se preferia o céu ou o inferno. Não teve duvidas, escolheu o inferno. Jerry Lee Lewis é o próprio rock n’ roll, e Porto Alegre pode confirmar isso numa noite qualquer de quarta-feira.
Fotos: Lívia Stumpf
12 de set. de 2009
10 de set. de 2009
língua pop - segunda edição!!
essa edição é especial da geração beat. nela tem uma conversa muito bacana que tivemos com o Pablo Beat, um uruguaio mucho loco que viajou por toda américa do sul lá nos anos 70.
também tem uma matéria onde vários escritores comentaram sobre seu livros beat preferido. Uma galera muito boa participou: Ricardo Carlaccio, Claudio Willer, Mauricio Arruda Mendonça, Leo Felipe e Celso Borges.
o Maestro Gentilesa fez uma matéria que liga o disco alucinante Tijuana Moods, do Charles Mingus, e a última parte do On the Road, quando o kerouac conta das pirações no méxico chica.
e ainda tem um puta texto do Fábio Reoli sobre as putices das proibições que tão acabando com São Paulo. o Fábio cria imagens sensacionais e critica muito bem essa palhaçada que a dupla serra/kassab ta promovendo e que tá se espalhando pelo brasil - pra fuder de vez com a gente.
é isso, tem mais coisas, entrem lá e aproveitem que é tudo liberado.
linguapop.wordpress.com
linguapop.wordpress.com
linguapop.wordpress.com
linguapop.wordpress.com
7 de set. de 2009
3 de set. de 2009
agora já ta tarde pra voltar atrás, ainda bem
eu tentei levar um vida normal
frequentar uma faculdade
ganhar um diploma e me mandar.
eu tentei
cheguei quase lá.
metade do curso e a bomba estourou
cinco dias numa semana
que me fizeram ir atrás do que quero
um compromisso de acordar
as dez da manhã pra escrever uma peça de teatro
de sair todas as noites e
tomar um porre
pra catar diálogos
depois dessa nada volta ao normal baby.
quando tu te da conta da merda
que anda fazendo
acordando cedo
refazendo leads
discutindo polítca sem garrafas
não garota, isso não é a minha vida não.
eu me mandei antes da hora
com o prazo vencido
chutei a faculdade pra longe
esmagei o despertador contra a parede
rasguei o meu curriculo de estágios
de assessoria pra servir café
garota eu me mandei dessa
garota,
eu não nasci pra acordar cedo
23 de ago. de 2009
calma ai tia, eu não estou morrendo não
assistindo uma comédia
................................romântica
acordar no meio da noite
e bater uma punheta
vendo um pornô
........................barato
no mesmo canal
matar um livro
que a dias
aguardava o final
calma cara,
foi só uma noite de sábado
que ao invés da
.....ressaca
fiquei com uma madrugada
desperdiçada
20 de ago. de 2009
todos nos tornamos assassinos
e o corpo tá ainda lá, estendindo na frente da geladeira. não tenho coragem de varre-lo e fazer qualquer coisa que seja.
19 de ago. de 2009
língua pop - sejam bem vindos!!
é isso, mais um projeto que faremos o possível para dar certo.
entrem lá:
http://linguapop.wordpress.com/
http://linguapop.wordpress.com/
http://linguapop.wordpress.com/
http://linguapop.wordpress.com/
http://linguapop.wordpress.com/
17 de ago. de 2009
quando a canção acaba ela vira música #12
...de que meu coração bate
o descompasso
.é apenas um charme
11 de ago. de 2009
vomitodepensamentoascincodamanhãpilhadíssimoemcarlosbarbosa
7 de ago. de 2009
dos dias em que a sandra aparece aqui
Dei bom dia ainda meio dormindo, peguei a toalha do varal e fui tomar banho.
Agora, realmente acordado, vou pra sala. Conversamos. Ela me conta as últimas dos pais dos dois filhos dela. Não andam pagando a pensão alimentícia, ela calcula algo em torno de 25 mil reais pra um e não me lembro quanto pro outro. Diz que quarta que vem vai atrás pra resolver essa história e, que se precisar, coloca eles na cadeia. Não pagar a pensão alimenticia é crime de homicídio, pelo que me contou. Ainda disse que um dos pais propos dois mil reais pra ela pra dar uma aliviada.
- Até to pensando em aceitar, porque se ele for preso, não ganho nada mesmo" disse, sábia como sempre.
Sugeri pedir cinco, que pode ser que acabe ganhando três. Achou uma boa ideia, talvez faça isso.
Preparo o almoço, tomamos um café e ficamos sentados na mesa conversando por uma hora até ela voltar a arrumar as coisas por aqui. Eu vou pro quarto. Ficamos batendo papo a distância, ela falando alto da sala, eu respondendo aos poucos do quarto. Coisas sobre a novela, sobre uma casa que ela foi limpar e desconfia que o marido seja gay. Sobre minhas primas, que não vê mais - afinal foi lá que a conheci. Conto de algumas novidades delas e continuamos assim boa parte da tarde. Eu vendo um novo episódio de Weeds e nós conversando.
Quase no fim ela chega no quarto dizendo que vou ter que ir pra conzinha enquanto passa cera no chão. "Até secar fica lá, mas não demora", me alerta. Pego um livro, sento num banco e fico lá na minha ilha momentânea. Me perdi nos textos e viajei completamente, até que a sandra pergunta:
- e tu, fica todas a noites sozinho, lendo?
- não, não. As vezes eu saio
- Aah! pensei que não.
29 de jul. de 2009
diariosdebarbosa - escrevendo pra não esquecer ou pra lembrar de como eu era
Tão bom rever, a tribo fumacê
Terça-feira.
Final de semana de três gruas negativos, muitas cervejas e alguns baseados varando a noite num sítio perto da cidade. A repetição de um feriado muito louco, só que agora com muito mais frio e gelo.
Dois dias de ressaca e cervejas no final da tarde pra não estourar a cabeça de vez. Uma terça feira de bandas pela cidade cedo. De últimos baseados das férias fumados antes do fim. De tardes ouvindo sons que marcaram vinte anos atrás. Uma noite de despedidas. De garrafas de vinhos baratas, bem baratas, onde três não formavam mais que doze reias. De shows alucinantes, de conversas bêbadas de bar, de delírios antigos e viagens novas. De amigos que terei pra vida inteira, Como o vinho manchado em minha calça.
Um halelluja do jeff buckley rasgava o som naquele final de noite cheio de neblina e 4 graus.
21 de jul. de 2009
diariosdebarbosa - escrevendo pra não esquecer, ou pra lembrar de como eu era
Parte um
boas vinda
Uma mochila nas costas guardava algumas peças de roupa, livros e um garrafa de bebida barata. Carona de Porto Alegre para Carlos Barbosa. Pouco mais de uma hora e meia de estrada, duas cidades bem próximas no sul do país.
Chegando fazia frio, bastante frio. É inverno e aqui o vento sopra gelado pra caralho. E as latas de cervejas ficam quase impossíveis de serem seguradas. Porém ,são cervejas então a gente se esforça um bocado. Um telefonema basta para saber o que todos os teus amigos fazem naquela noite.
Entravam numa festa típica onde se desembolsa uma boa grana e bebe e come até aguentar. Ou te mandarem embora. Recém colocava meus pés na cidade. Fazia tempo que não voltava, precisava ver a família. Afinal são eles que me dão casa e comida e nenhuma pergunta quando acordo as quatro da tarde nesses dias. Uma janta como há muito tempo não tinha. Uma garrafa de vinho a menos para o meu pai.
Por aqui as coisas começam cedo. Pouco antes do dia virar madrugada ligo pro Jones:
- Sai de casa agora e vai pro bar, tô chegando daqui a pouco. não demoro mais que uma compra de cigarro.
Fui. O bar que falava é o mesmo de quando ainda morava aqui, uns cinco anos atrás. Na época até arriscava alguma de baixista e vocalista num banda. E era uma boa banda. Gostava daqueles tempos de cantar completamente bêbado uma canção do cazuza e ver os amigos ainda mais bêbados curtindo muito o som embaixo do palco. Eram bons tempos.
Não sabia o que encontrar dessa vez, um cartaz anunciava o show de três bandas que nunca ouvira falar. E isso, pra carlos barbosa, onde todos sabem tudo de todos, era algo muito significativo. Entrei. Jones não estava, mas de cara escuto alguém chamar meu nome, um abano do balcão e uma companhia.
-Quanto tempo, que que tu faz por aqui?
Me perguntou a Su enquanto trocávamos abraços e beijos e sorrisos pela felicidade de nos encontrarmos tanto tempo depois. Expliquei das férias e que iria ficar uns dez dias e ela me pagou uma cerveja. Ela adora pagar cervejas. Eu, adoro a Su.
No balcão conversávamos sobre esses últimos tempos entre garrafas e mais garrafas até que o pessoal foi aparecendo. Primeiro o Will e uns conhecidos. O Jones e alguns rostos amigos. O Feli e um cara completamente desconhecido. Ninguém nunca chega sozinho por aqui. Eu já não era mais desse lugar.
As sete moedas de um real que tinha no bolso logo foram parar nas mãos da bela garota que nos servia cerveja. Tão pela que o Jones - um dos caras mais tímidos que conheci - perguntava se ela tinha namorado e dizia como bonita era. Sem graça, ela sorria. Sem graça, os dois sorriam depois de breve conversa.
Trocávamos garrafas como se fossem cartas. Todos rindo, revivendo lembranças, compartilhando idéias e salivas. Os shows aconteciam no palco, nós, não conseguíamos sair de perto do balcão. Conversa vai, cerveja vem e noite só começava. Eu euforico ouvindo aquelas vozes conhecidas, bêbadas, me cercando e algumas dizendo de que como era bom eu estar ali.
-arinha me traz alegria, sussurou uma delas.
- hoje eu sou um cara muito feliz, respondia.
16 de jul. de 2009
asas de veludo
...a mentira e o amor eterno
...o beijo o cuspe o grito e a dor"
...........................................................o seu próprio poder - asas de veludo
http://www.myspace.com/asasdeveludo
http://www.myspace.com/asasdeveludo
http://www.myspace.com/asasdeveludo
http://www.myspace.com/asasdeveludo
http://www.myspace.com/asasdeveludo
escutem mais dessa banda aqui
http://www.myspace.com/asasdeveludo
14 de jul. de 2009
esses dias
6 de jul. de 2009
a cerveja acabou e nada vai bem #5
.Coloco as melhores canções de amor do cazuza no aparelho de som,
.abro um vinho,
me atiro no chão.
fico meio down ao pensar em ti.
dizer que ando só nos últimos tempos
não justifica a melancolia provocada pelotédio
de acordar todos os dias sozinhos
de passar todas as tardes na cama sozinho
de ligar a tevê e ver qualquer coisa
de dormir pra não encarar a tristeza
disfarço me enclausurando dentro de salas de cinema escuras
e vazias
de filmes preto e branco pra não estourar meus olhos com cor
19 de jun. de 2009
poema estúpido de um alcoólatra apaixonado
me deixe tomar
que seja duas
....(ou mais)
cervejas
antes de te encontrar.
pra conseguir
depois dizer
o quanto te quero
....nessa noite
e (nada) mais
11 de jun. de 2009
dos dias que antecedem o inverno
30 de mai. de 2009
26 de mai. de 2009
quando a canção acaba ela vira música #03
sair por ai abraçados
cambaleando nas calçadas
rindo no meio fio
derrubando conhaques nas calças
esquecer o tédio por pelo menos uma garrafa
vamos lembrar que o inverno ta chegando
e que a gente já ta sozinho a muito tempo
procurar pessoas pra conversar, pra transar
pra trocar desejos
vamos esquecer das nossas manhãs numa sala
das tardes sozinhos na cama
das noites caidos no chão
chorando, bem de cantinho
pra gente nao se dar conta
vamos encher a cabeça de alcool
o coração de ar
o pulmão de fumaça
a boca de saliva
esquentar os pés
roçar nossas maõs
vamos
pelo menos por um dia,
pra se livrar da solidão.
18 de mai. de 2009
quando a canção acaba ela vira música #35
é, fui caminhar um pouco. a noite tá fria pra caralho. primeira vez do ano que sai aquela fumaça da boca enquanto tu anda na rua e respira aquele ar gelado do inverno. fui no mercado mais longe, tava afim de dar uma volta. comprei um vinho bom dessa vez. recebi um dinheiro. um chileno, segundo meu amigo de santiago, são os melhores. os discos de blues peguei três. taj mahal, robert johnson e buddy guy. deixei separado um caetano também, o transa.
cheguei em casa com o vinho, uma carteira de cigarro nova e muito frio. te liguei:
- olha, se não acontecer nada essa noite aparece ai, vamos tomar um vinho e escutar uns discos.
foi estranha a tua reação. eu gostei. imagino o que passou pela tua cabeça. "o que, o guri pirou? nunca me convidou pra nada e agora que a gente pouco se vê ele me liga, haha". é, garanto que pensou isso.
- é, se não rolar nada eu me rendo a um vinho e uns discos. respondeu
- tudo bem, mas se tu demorar não garanto que reste vinho. falei.
tu não apareceu. algo melhor deve ter surgido.
eu? eu bebi todo o vinho, escutei os discos e fui dormir bêbado.
15 de mai. de 2009
aquela velha história
14 de mai. de 2009
das noites sem dormir
nunca fumei na casa dos meus pais. Fazia o possível também pra fumar quase nada enquanto eles estavam por perto. Mas agora moro sozinho à três anos, vejo eles poucas vezes e sempre consigo uma caranga ou uma companhia pra fugir. Mas hoje não, tava em casa só com a minhã mãe, na minha casa. Tudo muito estranho, não sabia bem o que fazer e que costumes esconder.
Não adiantou, ela foi dormir e eu enrolei o baseado. Fui pra sacada, fechei a porta e fumei sozinho, ouvindo o sussuro que saía das caixas de som ligadas lá no meu quarto, vendo estrelas e sentindo o calor do ar naquela noite de verão.
Voltei e a adrenalina a mil. Poucas vezes foi tão escancarado o estado de loucura que me encontro quando sei que eles estão tão perto - aqui no quarto ao lado, a nem 15 passos de distância, uma parede pra tapar o som.
Delírios misturados a fanstasmas, a premonições e a longas risadas abafadas no travesseiro.
Tudo bem eu pensava, se acontecer algo não pode ser tão ruim, não pra mim, não agora. E continuei. Aumentava aos poucos o volume das canções, caminhava mais pelo quarto, chegava na janela, parava cada vez menos. Na cozinha pra pegar uma cerveja, no banheiro pra rir da minha cara no espelho, na sala pra buscar um novo disco, ligar a tevê e passar todos os canais sem nem os ver, dedilhados suaves no violão. Tudo está bem, tudo está bem. Equanto uns dormem, outros não...
7 de mai. de 2009
quando a canção acaba ela vira música #31
de pernas e pés bonitos
e que também
me de um pouco de carinho
5 de mai. de 2009
eu não me lembrava como era essa vida, mas ela volta, ela sempre volta
A minha casa tá um lixo. garrafas de cerveja e cerveja pelo chão. cigarros, cinzeiros espalhados por todos os lados. meu vaso entupiu e a resistência do meu chuveiro estragou. Um balde de roupa suja e uma pilha de pratos pra lavar. geladeira vazia. Minha vida anda num pequeno caos desde que perdi o emprego. Não leio mais jornal - isso talvez para um jornalista não pegue tão bem. No site que estamos fazendo aproveito as entrevista para filar alguns cigarros e as vezes cerveja. um hollywood mentolado foi o último que consegui, valeu reny. é verdade também que as vezes me sinto sozinho vendo um filme, ou na cama acordado de madrugada. mas as coisas não andam ruins. muito pelo contrário, até to pensando em mudar de nome.
1 de mai. de 2009
me roubaram alguma coisa e ainda não sei o que é
depois, outro dia, quando comprava uma carteira de cigarro roubei um babalu, o rosa, de tuti-fruti. fazia acho que uns cinco anos que não comia um babalu. masquei o chiclé, bom pra caralho continua o babalu.
e hoje, depois da tarde bebendo vinho e recebendo gente na minha casa, perdi cinquenta reais. ele ficava dentro de uma gaveta no meu quarto. lembro de ter comprado comida uma noite antes e só, até então ainda tinha cinquenta reias. e quando fui sair, hoje de noite, a grana sumiu. tinha um amigo aqui em casa. reviramos meu quarto, tudo abaixo atirado no chão. e nada. só me restava aquela nota de dez e uns trocados de dois.
sai. aniversário de uma amiga num bar meio mpb, pagação de pau pro chico buarque. sem grana suficiente, bebi o que dava do meu e o que não dava dos outros. conversas com pessoas novas. amigos de viagens passadas. e o cara que conhecia e que nos encontramos agora no psicólogo.
mas na verdade tudo que eu queria era que tu deitasse aqui, em cima de mim, daquele tipo meio atirada, meio abraçada. só, e talvez um pouco mais.
22 de abr. de 2009
doquererser
sem nem mesmo artista ser.
Querendo ser poeta,
escritor
..ou qualquer coisa que o valha,
sem escrever.
curso uma faculdade sem rumo,
..ao meu ver.
recebe elogio de um ou dois textos
, brinco de já ser.
me coloco de mais no futuro
, e esqueço de viver
21 de abr. de 2009
mais uma dose
como de costume, chego direto na casa de um amigo. enrolamos um baseado e saimos pela cidade caminhando, conversando e encontrando sempre as mesmas pessoas. aliás, aquela cidade é sempre a mesma coisa. mas esse feriado serviu pra eu perceber que minha memória só dura três anos. não me lembro como era em 2005, quando ainda morava lá por exemplo. e não é esqueçer os anos ou os acontecimentos, me esqueço, esqueço de como eu era, o que fazia e como falava. não lembro de nada e fico imaginando como os outros me viam. porque pra mim mudei, apesar de chegar lá e sempre fazer as mesmas coisas.
desisti disso na segunda noite, foda-se como eu era e o que mudei de lá pra cá. agora to aqui, desse jeito e é assim que nós vamos sair essa noite. mas não vou ficar aqui contando do feriado. das tardes rodando pela cidade de caranga ouvindo um som, tomando um chimas e fumando um baseado. das noites regadas a vinho, das conversas sem sentidos, dos risos altos, de não largar tudo, nem carreira nem dinheiro e muito menos o canudo. das idas as cidades vizinhas, das velhas pessoas novas todas as noites, do frio que mata. não vou contar tudo. só o domingo.
o domingo que acaba as 4 e meia da tarde, no ensaio da minnha ex-banda, o onibus partindo as 10 pras cinco e eu cantando por que a gente é assim...
14 de abr. de 2009
o dia em que perdi o emprego #1
- No braço, eu disse, e o cara foi lá desenhar pra ver se eu aprovava. não passou trinta minutos e ele já enrolava aquele papel transparente em mim e dava algumas recomendações quanto ao sol e outras coisas. ficou legal. doeu um pouco, mas ficou legal.
sai do estúdio e entrei no primeiro bar que vi na esquina. comprei umas latas de cerveja e na hora de pagar, mesmo destro, usei o braço esquerdo - queria mostrar a tatuagem. a atendente deu uma olhada mas em nada reagiu. tudo bem, aquilo era pra mim mesmo. peguei as cervejas e fui pra casa, meu braço ainda latejava um pouco, meu bolso reclamava demais em minha cabeça e a cerveja gelava no congelador. tudo vai bem, pensei. ainda tenho uns trocados e uma tatuagem.
9 de abr. de 2009
sobre a 116
isso me assusta, mas também me anima.
e ontem, quando pensava em tudo isso, lembrei da chave de casa, a chave do apartamento 12 do prédio 544. esse lugar que a pouco tempo existe mas já tem várias histórias e que um dia pretendo contar. tava pensando no que fazer com a chave do ap, afinal ela é única. não existe cópia, ninguém mais a tem. pensei em levá-la junto na viagem, atirada num bolso fundo da mochila. ou então deixar ela aqui em porto alegre mesmo, nas mãos de alguém, de algum amigo. ou ainda deixar com os meus pais lá em carlos barbosa, porque meus pais são a minha familia e pra familia, cedo ou tarde, agente sempre volta.
pensei em tudo isso porque se eu levá-la junto provavelmente a perco, junto com a mochilha em alguma ocasião. fora que a probabilidade de roubarem todo o pouco que tivermos é grande, e assim, lá se vai a minha chave junto. e eu não quero voltar aqui, não sei quanto tempo depois, e ter que pedir para um chaveiro arrebentar a minha porta, não é essa a recepção que espero ao entrar em casa. só quero abrir a porta, pegar uma cerveja que deixarei estratégicamente guardada e me atirar no sofá da sala e rir de tudo que iremos passar.
e fiquei horas pensando no que fazer com ela: deixar com o couto, com a carol, com o leandro, com o guilherme, com a alice, com o feli, com o jones, com minhas primas, tias, esconder ela em algum lugar - idéia estupida, lógico. sei que não cheguei a conclusão nenhuma. mas sei que vou fazer uma cópia e mandar lá pra carlos barbosa, porque, do jeito que seja, meus pais vão estar ai quando voltar.
mas a minha chave, essa, eu levo comigo, lá no fundo da mochila.
30 de mar. de 2009
depois do bar, lá em casa, nos dois...
ou alguém qualquer
mas que alguém estivesse aqui
é que eu tava naquele bar bebendo. como agente sempre fez
e eu voltei pra casa e confesso, estou meio bêbado, e sozinho
e queria que tu estivesse aqui pra ficarmos transando a noite inteira, bebendo mais um pouco, fumando alguma coisa e lembrando de como eramos ridículos antes de tudo isso.
27 de mar. de 2009
544 ap 12 - #2
e então eu durmi, bêbado, de roupa no sofá da sala. na minha cabeça alcóolica se afogavam desejos e curiosidades de como seria se tu tivesse voltado; e saudades dos amores feitos no carnaval, há dois dias atrás.
e quando acordei, já com o pouco de luz que entra nesse apartamento direto nos meus olhos, vi a garrafa de whisky no chão, os cinzeiros cheios, as latas de cerveja na mesa, o baseado fumado em cima duma capa de disco e agradeci, agradeci por ter acordado sozinho, apenas com o que sobrou pra servir de lembrança.
23 de mar. de 2009
do nosso amor e odio
6 de mar. de 2009
por aí
bruno - bah, to escrevendo muito ultimamente, lendo muito, bebendo muito. também né, não fui pra aula nenhum dia até agora.
ricardo - puts, eu não to escrevendo nada, lendo muito pouco e bebendo como sempre. também, fui na aula quase todos os dias até agora
...
26 de fev. de 2009
"longe daqui aqui mesmo"
como seria se abrissemos nossas calças. como seria se estivessemos nus, despidos de culpa, dúvidas
como seria se aceitassemos nossos corpos na cama
como seria nossas pernas enroladas, pele com pele, pelo com pelo, peito com peito
como seria se trocassemos promessas com as mãos, satisfazendo desejos
como seria
um beijo?
como seria provar nosso gosto, gozo
como seria o nosso sono, nosso sonho
como seria o encontro dos nossos pés
como seria teu sexo com o meu
como seria o teu gosto
como seria
a manhã seguinte?
5 de fev. de 2009
pro ego
dizendo que ela e o meu pai achavam meus textos uma falta de respeito!
30 de jan. de 2009
27 de jan. de 2009
20 de jan. de 2009
a cerveja acabou e nada vai bem #6
tu poderia aparecer aí
na cadeira da frente
do outro lado da mesa
nem que fosse pra nós ficarmos olhando pro nada
19 de jan. de 2009
de mim, as piores lembranças #2
no outro, dizem que tenho medo, por que nao assumo o nada e não te dou sentido
e no meio eu
13 de jan. de 2009
a cerveja acabou e nada vai bem #2
de bar em bar
de estrela cadente pra estrela cadente
de sinos da igreja tocando música de terror
d'agente pirando
como se fosse a primeira vez
8 de jan. de 2009
quando a canção acaba ela vira música #56
vamos tomar uma cerveja
assistir algum filme do bertolucci
fumar alguns baseados
dormir junto
vem
já cansei da minha companhia
3 de jan. de 2009
notas de um padrinho bêbado #3
era natal, acho que já era umas três horas da manhã e duas caixas de cereveja.
e ela dançava.
na mão taças, garrafas de cerveja e de champagne passavam e deslisavam de copo em copo
alguns fantasiados, algumas músicas ruins tocando e animando aquela "festa".
e ela dançava.
então chegou um tio meu e dançou com ela
e eles rodopiavam, riam, derrubavam as bebidas dos copos, das mãos e das mesas
e ela dançava.
e eles dançavam.
e aquele irmão dela gordo, escroto, politíco do PP, separado da minha tia que agora mora com uma mulher como nome flor
aquele tio dançava com a minha mãe.
girava ela e ria com ela e abraçava ela e a mão dele deslisava nas costas dela, apertava a bunda dela, entrava no vestido dela, masturbava a minha mãe.
e ela dançava.
e o meu dindo bebe outra cerveja
e tenta falar de literatura comigo.