23 de ago. de 2009

calma ai tia, eu não estou morrendo não

apagar no sofá
assistindo uma comédia
................................romântica

acordar no meio da noite
e bater uma punheta
vendo um pornô
........................barato
no mesmo canal

matar um livro
que a dias
aguardava o final

calma cara,

foi só uma noite de sábado
que ao invés da
.....ressaca
fiquei com uma madrugada
desperdiçada

20 de ago. de 2009

todos nos tornamos assassinos

hoje eu matei a Lara. não foi de propósito, foi sem querer. é que eu cheguei bêbado em casa, devia ser umas quatro da manhã. quarta-feira de derrorta no futebol, tinha que afogar as mágoas. tinha que acordar cedo no outro dia mas não fiz isso. sonhei com a Lara. pensei que poderia não ser ela quem tinha matato, mas sim uma outra qualquer. acordei quase cedo, de ressaca nunca consigo dormir de mais. Mas não levantei da cama, não queria ver se o corpo estendido era dela ou de uma outra qualquer. duas horas me revirando, cochilando de vez enquando, mas era só fechar os olhos que ela vinha na minha cabeça, acordava como num pesadelo. Não dava mais, minhas costas já doiam de ficar deitado e minha boca clamava por água - sabe né, ressaca é foda. Levantei, tomei coragem, suspirei e fui até a cozinha, o local do crime. só sair do quarto e me deparo com o corpo estendido na frente da geladeira. ainda poderia ser qualquer uma, tava longe e não enchergava direito. Passo a passo fui indo. o corpo cada vez mais perto, a certeza querendo estar errada, mas ela nunca está. cheguei no lado do cadáver. me abaxei. vi os olhos, reconheci. as marcas no corpo, reconheci. o rabo, reconheci. a falta de uma das patas, reconheci. Porra era a Lara, minha lagartixa de estimação. Ela não aparecia aqui em casa há uns três meses e eu não vi quando cheguei e acabei pisando na coitada, eu acho.

e o corpo tá ainda lá, estendindo na frente da geladeira. não tenho coragem de varre-lo e fazer qualquer coisa que seja.

19 de ago. de 2009

língua pop - sejam bem vindos!!

"O Língua Pop estreia como uma espécie de Revista Virtual em blog, com complemento em pdf. Nós, os editores,bruno bandido e ricardo ara, ambos com passagem recente pelo extinto site artewebbrasil, procuramos mostrar conteúdos gerais sobre arte e cultura pop."

é isso, mais um projeto que faremos o possível para dar certo.
entrem lá:

http://linguapop.wordpress.com/
http://linguapop.wordpress.com/
http://linguapop.wordpress.com/
http://linguapop.wordpress.com/
http://linguapop.wordpress.com/

17 de ago. de 2009

quando a canção acaba ela vira música #12

te dou a certeza
...de que meu coração bate
o descompasso
.é apenas um charme

11 de ago. de 2009

vomitodepensamentoascincodamanhãpilhadíssimoemcarlosbarbosa

seis horas dentro de uma caranga. rodando por cidades diferentes. o mundo desabava no lado de fora em forma de chuva. muitas curvas no caminho, mas a linha era seguida a risca. uma depois da outra. últimos dias por aqui. é eu realmente já nao aguento mais. chega! uma vontade de soquear meu amigo que não parava de falar e pular no banco da frente. uma vontade de mandar todos a puta que pariu com suas conversas iguais de três anos atras, com seus sotaques carregados, com as mesmas frase pronunciadas uma atrás da outra......quatro dentro de um carro desses de tamanho normal. discos e discos rodando no cd player. os piores tocavam até o final...uma puta vontade de parar num bar e beber até o amanhecer e mudar de conversa e parar de falar de música e de minas e das mesmas porras e bandas e minas de três anos atras....de pegar cervejas e chegar em casa, ligar o som alto numa banda que não tocava naquele carro. num som pilhado, frenético....de escutar álguem gritanto enlouquecidamente nas caixas de som....parem de guspir na minha cara, de cair em cima de mim enquanto falam sobre a última banda que faz a mesma coisa que faziamos três anos atrás....vou largar daqui, disso aqui, desses aqui, e só voltar depois de seis meses, mas dessa vez não ficar mais de uma semana....pelo menos não gastei nenhum tostão, até porque não tinha porra nenhuma, só uma cabeça que não cabe mais aqui.

7 de ago. de 2009

dos dias em que a sandra aparece aqui

A sandra esteve aqui em casa nesses dias, veio dar uma arrumada na bagunça. Chegou pelas nove horas como de constume. Ouvi quando ela entrou, fechou a porta do meu quarto e ligou o rádio num volume bem baixo na sala. Voltei a dormir. Passei a noite anterior em claro vendo séries e rabiscando umas ideias pro livro. As onze e meia ela me acorda. Rindo, falando que hoje eu iria madrugar. Na verdade sou eu que faço o almoço toda vez que ela aparece. Imagino que estaria ficando com fome e, pra garantir, resolveu me acordar. Ela sabe que demoro pra começar a preparar alguma comida.

Dei bom dia ainda meio dormindo, peguei a toalha do varal e fui tomar banho.

Agora, realmente acordado, vou pra sala. Conversamos. Ela me conta as últimas dos pais dos dois filhos dela. Não andam pagando a pensão alimentícia, ela calcula algo em torno de 25 mil reais pra um e não me lembro quanto pro outro. Diz que quarta que vem vai atrás pra resolver essa história e, que se precisar, coloca eles na cadeia. Não pagar a pensão alimenticia é crime de homicídio, pelo que me contou. Ainda disse que um dos pais propos dois mil reais pra ela pra dar uma aliviada.

- Até to pensando em aceitar, porque se ele for preso, não ganho nada mesmo" disse, sábia como sempre.

Sugeri pedir cinco, que pode ser que acabe ganhando três. Achou uma boa ideia, talvez faça isso.

Preparo o almoço, tomamos um café e ficamos sentados na mesa conversando por uma hora até ela voltar a arrumar as coisas por aqui. Eu vou pro quarto. Ficamos batendo papo a distância, ela falando alto da sala, eu respondendo aos poucos do quarto. Coisas sobre a novela, sobre uma casa que ela foi limpar e desconfia que o marido seja gay. Sobre minhas primas, que não vê mais - afinal foi lá que a conheci. Conto de algumas novidades delas e continuamos assim boa parte da tarde. Eu vendo um novo episódio de Weeds e nós conversando.

Quase no fim ela chega no quarto dizendo que vou ter que ir pra conzinha enquanto passa cera no chão. "Até secar fica lá, mas não demora", me alerta. Pego um livro, sento num banco e fico lá na minha ilha momentânea. Me perdi nos textos e viajei completamente, até que a sandra pergunta:

- e tu, fica todas a noites sozinho, lendo?

- não, não. As vezes eu saio

- Aah! pensei que não.