7 de ago. de 2009

dos dias em que a sandra aparece aqui

A sandra esteve aqui em casa nesses dias, veio dar uma arrumada na bagunça. Chegou pelas nove horas como de constume. Ouvi quando ela entrou, fechou a porta do meu quarto e ligou o rádio num volume bem baixo na sala. Voltei a dormir. Passei a noite anterior em claro vendo séries e rabiscando umas ideias pro livro. As onze e meia ela me acorda. Rindo, falando que hoje eu iria madrugar. Na verdade sou eu que faço o almoço toda vez que ela aparece. Imagino que estaria ficando com fome e, pra garantir, resolveu me acordar. Ela sabe que demoro pra começar a preparar alguma comida.

Dei bom dia ainda meio dormindo, peguei a toalha do varal e fui tomar banho.

Agora, realmente acordado, vou pra sala. Conversamos. Ela me conta as últimas dos pais dos dois filhos dela. Não andam pagando a pensão alimentícia, ela calcula algo em torno de 25 mil reais pra um e não me lembro quanto pro outro. Diz que quarta que vem vai atrás pra resolver essa história e, que se precisar, coloca eles na cadeia. Não pagar a pensão alimenticia é crime de homicídio, pelo que me contou. Ainda disse que um dos pais propos dois mil reais pra ela pra dar uma aliviada.

- Até to pensando em aceitar, porque se ele for preso, não ganho nada mesmo" disse, sábia como sempre.

Sugeri pedir cinco, que pode ser que acabe ganhando três. Achou uma boa ideia, talvez faça isso.

Preparo o almoço, tomamos um café e ficamos sentados na mesa conversando por uma hora até ela voltar a arrumar as coisas por aqui. Eu vou pro quarto. Ficamos batendo papo a distância, ela falando alto da sala, eu respondendo aos poucos do quarto. Coisas sobre a novela, sobre uma casa que ela foi limpar e desconfia que o marido seja gay. Sobre minhas primas, que não vê mais - afinal foi lá que a conheci. Conto de algumas novidades delas e continuamos assim boa parte da tarde. Eu vendo um novo episódio de Weeds e nós conversando.

Quase no fim ela chega no quarto dizendo que vou ter que ir pra conzinha enquanto passa cera no chão. "Até secar fica lá, mas não demora", me alerta. Pego um livro, sento num banco e fico lá na minha ilha momentânea. Me perdi nos textos e viajei completamente, até que a sandra pergunta:

- e tu, fica todas a noites sozinho, lendo?

- não, não. As vezes eu saio

- Aah! pensei que não.

4 comentários:

Carolina Pires disse...

nao sei esboçar as mil ideias e comentários que vieram na minha cabeça agora, mas garanto que foram pra mais de mil. Com escreves bem, meu Deus! Percos horas e horas lendo todos os teu escritos e disso nao me canso nunca. Obrigada por elimentar minha imagniação. :)

Anônimo disse...

Quer casar comigo? =)

Alice C. disse...

- quando eu nao saio, nem leio, recebo visitas intimas de uma menina que vende pipoca na rua da praia.

era isso que tu queria que eu falasse sandra?

Não importa disse...

hahhaha... aaah, nem contou da sandra te esperando pelada no seu quarto!