28 de mai. de 2008

desabafo

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAA
AAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
AAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAaa
aahh. . .

26 de mai. de 2008

livre interpretação de uma aula do juremir machado, segunda-feira, noite

trabalhe na rbs e seja demitido

yeah!!!

25 de mai. de 2008

percepções #6

20 de mai. de 2008

farsa

sentindo o gosto da madrugada
negando cigarros e mais cigarros
jogando no ralo bebidas e mais bebidas

fico acordado pelo menos uma noite

19 de mai. de 2008

canção de quatro notas para bruna

talvez eu tenha que amar

com vinte anos

talvez eu tenha que amar

aos vinte anos

talvez eu tenha te amado

com vinte anos

talvez eu tenha te amado

aos vinte anos

talvez

talvez

talvez


talvez eu tenha que ter te amado

com vinte anos

talvez eu tenha que ter te amado

aos vinte anos

talvez


deixo aqui o meu repudio

contra o teu amor

17 de mai. de 2008

[des]poesia

Se me disseram que escrevia bem quando fazia poesias Poesia não se faz Se sente
Queria ser artista Brincar com a epifania esquizofrenia
Numa gaveta guardava meu lado reacionário Na forma de um dicionário que me levava a fazer tudo como sempre fiz
Escritor de artistas Fazedor de poesias
Criava ídolos Revolucionários Loucos Drogados Bichas
Mamãe sempre dizia A vida não é pra ser tão intensa Como fazem os loucos que eram os artistas
Poetas Não escreviam poesia no primário como eu Reacionário Com um dicionário engavetado No âmago de ser artista imaginário

14 de mai. de 2008

definitivamente

a política politicamente correta, atrapalha a arte!


Diálogo # 17
b. diz:
pq convenhamos o gabeira é artista
b. diz:
diria que o politicamente correto é que atrapalha a arte
r. diz:
artista fazendo arte na politica (trocadilho a la couto)
r. diz:
a politica politicamente correta, atrapalha a arte
b. diz:
e digo mais, a corrupção no brasil é poesia pra caralho
b. diz:
queira-se ou não
r. diz:
até pq não é politica politicamente correta
b. diz:
e a corrupção de tão frequente e displicente que tá, já tá virando politcamente correta
r. diz:
por isso que ela não causa mais nada
b. diz:
absurdo total
r. diz:
ou seja, perdeu-se a arte nela, a poesia
b. diz:
o conformismo popular ajuda é claro
b. diz:
falando em viajem, vou pras últimas páginas do on the road e ver o que dá da novela
r. diz:
e eu to largando o estágio em junho e estamos viajando

13 de mai. de 2008

diretas #1

entrevistador: qual a parte mais atraente do corpo?
entrevistado: os sapatos

12 de mai. de 2008

em tempo de ano eleitoral

...Das amargas recordações desses tempos, dona Neusa tem uma, comovente. De onde estava na prisão, ela via, na cela em frente, um jovem com a barriga aberta por um ferimento a bala, que mesmo assim era torturado.
"Ele tava cortado por causa do tiro, todo machucado. Sofria, coitado! Mas a preocupação dele era com as minhas filhas crianças. Eu estava penalizada com o estado dele e ele desesperado pela situação delas. Ele queria fazer alguma coisa."
Dona Neusa gostaria muito de rever esse jovem, que, em meio a seus próprios tormentos, era capaz de superá-los para tentar diminuir o sofrimento alheio. Ela se alegra quando descobre que o seu entrevistador conhece o jovem e pode registrar a sua gratidão tantos anos depois. O nome do jovem: Fernando Gabeira

Texto extraido do livro 1968: O ano que não terminou. Zuenir Ventura. 1988
Relato sobre a prisão em massa que aconteceu no congresso da UNE, em Ibiúna. Além dos diversos estudantes presos, a família que cedeu o sítio para o congresso foi também presa e torturada. Pai, mãe e filhas.

Fernando Gabeira é escritor, jornalista e atualmente político filiado ao PV

No ano em que completamos 40 anos do decreto do AI-5, lembranças de quem sofreu a tortura dos militares nos servem de desolação em comparação aos ideais que vivemos. Infelizmente, nem a política, nem a cumplicidade social, seguem exemplos como de Gabeira em meio aos mais violentos atos da irracionalidade humana.

Se a maioria não se importa, a minoria que se faça presente. A formação da História começa por ela.

Rotina

onibus lotado
aula
onibus lotado
almoço
onibus lotado
estágio
onibus lotado
onibus lotado
aula
carona
jantar
rémedios
briga contra o sono
derrota

falta tempo para fazer

.
.
.

9 de mai. de 2008

Sessões

Transaram. Depois de sete anos de flerte, oito meses de namoro, três anos de brigas e uma festa no apartamento dele. Transaram.

Ela matava uma aula de um cursinho que nunca ia. Ele apenas reuniu garotas nas noites que fazia só com amigos e algumas bebidas.

Depois de algumas garrafas de vodka, outras latas de cerveja e alguns cigarros, subiram para o apartamento. Ele, ela, um amigo e uma amiga. Claramente pensava que estaria diante de sua primeira orgia. Isso não aconteceu. Queria que nem sexo tivesse feito naquela noite.

Foram para um dos quartos e trinta minutos depois ele sai pra buscar umas latas de cerveja e ela para conversar com a amiga que anda só de calcinha pela casa. Da de cara com amigo na cozinha tomando um whisky dos seus pais.

Se encontram na sala, os quatro. Ele olha para os peitos da amiga e manda um beijo. Vai para o quarto com a mesma garota de antes.
Depois de mais trinta minutos, finalmente transam. Ele nu, com as costas arranhadas, diversos pacotes de camisinha no chão. Ela com as calças no joelho, de blusa e menstruada.

Enquanto trepavam, sem trocarem olhares, apenas sentindo a respiração ofegante do outro, as primeiras palavras que escuta é Tiago. Não deu bola para o que achava ser sua imaginação e continuo a tentar tirar a blusa dela, visto que as pernas já estavam abertas. Ouviu mais diversas vezes Tiago, Tiago, Tiago Tiago...

Não ligou, quem não se engana de nome no meio de uma transa. Afinal o que acontecia ali era apenas uma transa. Apesar da historia dos dois, era apenas uma transa.

Despediram-se na mesma noite. Acabaram o colégio naquele ano e nunca mais se encontraram.

Dois anos depois em uma sessão de análise, já mais acostumado com a ideia de falar com alguém desconhecido sobre o seu próprio desconhecimento, conta a historia ao psiquiatra.

Freneticamente resume a historia de uns dez anos dos dois em sete minutos. A noite da festa em mais cinco minutos. E a transa em dois.

Para de falar – mais uma vez espera ouvir algo do terapeuta- passam alguns longos segundos e ele finalmente responde após suas histórias:

- Já parou para pensar que a diferença entre Tiago e Te amo, é apenas uma letra.

8 de mai. de 2008

na minha cama


quero que passe o frio
mas que continue o inverno

6 de mai. de 2008

sweet Jane


Não agüentava mais. Fazia um ano desde que comera alguém. Um ano! Poderia enlouquecer desse jeito. Caminhava na rua olhando as mulheres, e seus pés. Muitas vezes mais os pés do que as próprias mulheres. Pensava em namorar apenas para ter uma foda garantida numa quinta feira às quatro e meia da tarde.

Como era tímido de mais para falar com as mulheres que se apaixonara nas paradas dos ônibus, recorreu à prostituição. Abriu o jornal popular de quinta-feira, classificados, massagem e acompanhantes. Anotou uns oito telefones, visitou umas cinco páginas na internet, gozou. Loiras, morenas, ruivas, asiáticas, negras, pés tamanho 34, 35, 36, magras, pequenas, peitudas, depiladas, porém, caras. O pouco dinheiro que recebia de seus pais para o estudo gastava em garrafas baratas de um vinho qualquer. Quanto mais bagaceiro, mais barato e mais garrafas poderia comprar.

Lembrou de uma amiga que conhecera na nova cidade. Apaixonaram-se no primeiro mês e foram para a cama. Brochou e mentiu que amava outra. Ainda hoje mente que ama. Brigaram. Ela queria transar e ele não conseguia, queria, mas não conseguia.

Então lembrou de outra amiga que havia vindo em sua casa um ano atrás. Porém, ela morava em outra cidade e havia começado a namorar um conhecido seu. Não que isso fosse um problema, tanto pra ele quanto pra ela. Mas não adiantava, ela só voltaria em nove dias e ele precisava pra agora. Além do mais, ela não tinha pés tão bonitos. Nada bonitos pra falar a verdade. Daqueles gordos e pequenos que parecem pequenas bolas achatadas. Pintava as unhas de vermelho, o que já significava muita coisa. E os dedos, os dedos eram os piores possíveis. O dedão era redondo de mais e a unha parecia se perder no meio de tanta carne. A coitada era uma ilha no meio daquele dedo. E se o dedão já é feio, o resto não precisa nem olhar.

Já sabia de cara quando um pé prestava ou não. Nas tantas tardes em que se enfiava num ônibus só para ver alguns dedinhos e se apaixonar um pouco, percebeu que o pé tem muito a ver com a mão. Quando batia o olho numa garota que o interessava, se não estava de chinelos, a primeira coisa era olhar a mão, o formato dos dedos da mão, do dedão principalmente, já era possível perceber como era o pé. Já sabia se aquela atração valeria a pena.

Mas voltando.

A amiga que mentia que amava viria à cidade. Mas com ela não era fácil, além da amizade dela por ele, ela era tudo o que ele sempre quis. Morena. Baixinha, Magra. Seis medianos. Bunda igual. Pés lindos. Lindos! Tamanho perfeito – 35/36 – nem gordo nem muito magro, dedos do tamanho exato. A unha milimetricamente desenhada para aquele pé, e, quase nunca pintadas de vermelho. Mas ela sempre fora sua mentira, convidá-la para foder não era fácil.

A amiga que tinha brigado já havia esquecido daquela noite e voltara a falar com ele. Freqüentemente ia a sua casa para beber, escutar uns discos e fumar sua maconha, mas nunca para ser jogada novamente na cama. Queria matar o tempo, nada de sexo. E como era tímido nunca tentou beijá-la novamente.

Não agüentava mais. As mulheres que se apaixonava ou eram amigas, ou tinham pés feios. As prostitutas que fora atrás, até tinham belos pés, mas não queriam diminuir o preço. As garotas das ruas nunca o olhavam, pelo menos não reparava, estava ocupado de mais com a cabeça sempre voltada para baixo.

Restou-lhe abrir uma garrafa de vinho e se masturbar enquanto sua amiga de pés feios não voltava à cidade.

3 de mai. de 2008

Para vocês...

... vocês são quem vocês sabem que são

Quero minhas sextas-feiras de volta!!!!!

Cena I

Uma velha - vista de perfil - arruma o cabelo e olha para o horizonte. A câmera vai abrindo do rosto dela e ela se abaixa para pegar um casaco de veludo azul marinho atirado no pé da cama. A câmera abre enquanto ela veste.

Um lugar quadrado com uma cama no lado direito. Na frente uma mesa e uma pia. No outro lado um espelho e duas cadeiras.

Enquanto a velha arruma o casaco em seu corpo e o cabelo para o espelho, a câmera se distancia, mostrando os outros planos.

Indo para trás, atravessa o vidro, passa a calçada. Nesse tempo, vagarosamente, as pessoas circulam pela calçada. Chove. Pessoas correm. Outras se batem com os guarda-chuvas. Outras apenas caminham sentindo a água. A velha, ao fundo, ainda arruma o cabelo e o casaco.

A câmera continua indo para trás. Desce da calçada, atravessa a rua. Os carros surgem. Passam. As pessoas continuam andando na calçada. A velha ainda arruma o cabelo e o casaco.

Lembrar: escolher uma música.

2 de mai. de 2008

#12


percepções