Não agüentava mais. Fazia um ano desde que comera alguém. Um ano! Poderia enlouquecer desse jeito. Caminhava na rua olhando as mulheres, e seus pés. Muitas vezes mais os pés do que as próprias mulheres. Pensava em namorar apenas para ter uma foda garantida numa quinta feira às quatro e meia da tarde.
Como era tímido de mais para falar com as mulheres que se apaixonara nas paradas dos ônibus, recorreu à prostituição. Abriu o jornal popular de quinta-feira, classificados, massagem e acompanhantes. Anotou uns oito telefones, visitou umas cinco páginas na internet, gozou. Loiras, morenas, ruivas, asiáticas, negras, pés tamanho 34, 35, 36, magras, pequenas, peitudas, depiladas, porém, caras. O pouco dinheiro que recebia de seus pais para o estudo gastava em garrafas baratas de um vinho qualquer. Quanto mais bagaceiro, mais barato e mais garrafas poderia comprar.
Lembrou de uma amiga que conhecera na nova cidade. Apaixonaram-se no primeiro mês e foram para a cama. Brochou e mentiu que amava outra. Ainda hoje mente que ama. Brigaram. Ela queria transar e ele não conseguia, queria, mas não conseguia.
Então lembrou de outra amiga que havia vindo em sua casa um ano atrás. Porém, ela morava em outra cidade e havia começado a namorar um conhecido seu. Não que isso fosse um problema, tanto pra ele quanto pra ela. Mas não adiantava, ela só voltaria em nove dias e ele precisava pra agora. Além do mais, ela não tinha pés tão bonitos. Nada bonitos pra falar a verdade. Daqueles gordos e pequenos que parecem pequenas bolas achatadas. Pintava as unhas de vermelho, o que já significava muita coisa. E os dedos, os dedos eram os piores possíveis. O dedão era redondo de mais e a unha parecia se perder no meio de tanta carne. A coitada era uma ilha no meio daquele dedo. E se o dedão já é feio, o resto não precisa nem olhar.
Já sabia de cara quando um pé prestava ou não. Nas tantas tardes em que se enfiava num ônibus só para ver alguns dedinhos e se apaixonar um pouco, percebeu que o pé tem muito a ver com a mão. Quando batia o olho numa garota que o interessava, se não estava de chinelos, a primeira coisa era olhar a mão, o formato dos dedos da mão, do dedão principalmente, já era possível perceber como era o pé. Já sabia se aquela atração valeria a pena.
Mas voltando.
A amiga que mentia que amava viria à cidade. Mas com ela não era fácil, além da amizade dela por ele, ela era tudo o que ele sempre quis. Morena. Baixinha, Magra. Seis medianos. Bunda igual. Pés lindos. Lindos! Tamanho perfeito – 35/36 – nem gordo nem muito magro, dedos do tamanho exato. A unha milimetricamente desenhada para aquele pé, e, quase nunca pintadas de vermelho. Mas ela sempre fora sua mentira, convidá-la para foder não era fácil.
A amiga que tinha brigado já havia esquecido daquela noite e voltara a falar com ele. Freqüentemente ia a sua casa para beber, escutar uns discos e fumar sua maconha, mas nunca para ser jogada novamente na cama. Queria matar o tempo, nada de sexo. E como era tímido nunca tentou beijá-la novamente.
Não agüentava mais. As mulheres que se apaixonava ou eram amigas, ou tinham pés feios. As prostitutas que fora atrás, até tinham belos pés, mas não queriam diminuir o preço. As garotas das ruas nunca o olhavam, pelo menos não reparava, estava ocupado de mais com a cabeça sempre voltada para baixo.
Restou-lhe abrir uma garrafa de vinho e se masturbar enquanto sua amiga de pés feios não voltava à cidade.
Como era tímido de mais para falar com as mulheres que se apaixonara nas paradas dos ônibus, recorreu à prostituição. Abriu o jornal popular de quinta-feira, classificados, massagem e acompanhantes. Anotou uns oito telefones, visitou umas cinco páginas na internet, gozou. Loiras, morenas, ruivas, asiáticas, negras, pés tamanho 34, 35, 36, magras, pequenas, peitudas, depiladas, porém, caras. O pouco dinheiro que recebia de seus pais para o estudo gastava em garrafas baratas de um vinho qualquer. Quanto mais bagaceiro, mais barato e mais garrafas poderia comprar.
Lembrou de uma amiga que conhecera na nova cidade. Apaixonaram-se no primeiro mês e foram para a cama. Brochou e mentiu que amava outra. Ainda hoje mente que ama. Brigaram. Ela queria transar e ele não conseguia, queria, mas não conseguia.
Então lembrou de outra amiga que havia vindo em sua casa um ano atrás. Porém, ela morava em outra cidade e havia começado a namorar um conhecido seu. Não que isso fosse um problema, tanto pra ele quanto pra ela. Mas não adiantava, ela só voltaria em nove dias e ele precisava pra agora. Além do mais, ela não tinha pés tão bonitos. Nada bonitos pra falar a verdade. Daqueles gordos e pequenos que parecem pequenas bolas achatadas. Pintava as unhas de vermelho, o que já significava muita coisa. E os dedos, os dedos eram os piores possíveis. O dedão era redondo de mais e a unha parecia se perder no meio de tanta carne. A coitada era uma ilha no meio daquele dedo. E se o dedão já é feio, o resto não precisa nem olhar.
Já sabia de cara quando um pé prestava ou não. Nas tantas tardes em que se enfiava num ônibus só para ver alguns dedinhos e se apaixonar um pouco, percebeu que o pé tem muito a ver com a mão. Quando batia o olho numa garota que o interessava, se não estava de chinelos, a primeira coisa era olhar a mão, o formato dos dedos da mão, do dedão principalmente, já era possível perceber como era o pé. Já sabia se aquela atração valeria a pena.
Mas voltando.
A amiga que mentia que amava viria à cidade. Mas com ela não era fácil, além da amizade dela por ele, ela era tudo o que ele sempre quis. Morena. Baixinha, Magra. Seis medianos. Bunda igual. Pés lindos. Lindos! Tamanho perfeito – 35/36 – nem gordo nem muito magro, dedos do tamanho exato. A unha milimetricamente desenhada para aquele pé, e, quase nunca pintadas de vermelho. Mas ela sempre fora sua mentira, convidá-la para foder não era fácil.
A amiga que tinha brigado já havia esquecido daquela noite e voltara a falar com ele. Freqüentemente ia a sua casa para beber, escutar uns discos e fumar sua maconha, mas nunca para ser jogada novamente na cama. Queria matar o tempo, nada de sexo. E como era tímido nunca tentou beijá-la novamente.
Não agüentava mais. As mulheres que se apaixonava ou eram amigas, ou tinham pés feios. As prostitutas que fora atrás, até tinham belos pés, mas não queriam diminuir o preço. As garotas das ruas nunca o olhavam, pelo menos não reparava, estava ocupado de mais com a cabeça sempre voltada para baixo.
Restou-lhe abrir uma garrafa de vinho e se masturbar enquanto sua amiga de pés feios não voltava à cidade.
7 comentários:
era um cara que precisava de foda mas já tava fodido
Muito bom, hein!
Tem que se investir nas paixões anônimas e gratuitas - elas rendem boas histórias.
anônimas, gratuitas e altruístas!
anônimas não
nem gratuitas, me passa a impressão de egoismo,
logo apenas altruistas!!
meus pés são lindos!
anônimas não
nem gratuitas, me passa a impressão de egoismo,
logo, apenas altruistas!!
meus pés são lindos!
falto uma virgula no primeiro!
Postar um comentário