21 de jul. de 2009

diariosdebarbosa - escrevendo pra não esquecer, ou pra lembrar de como eu era

fazem três dias que cheguei. Um exílio ao melhor estilo “Verdes Vales...” do Bivar, só que sem a distância continental. Fora por um tempo, num lugar agora desconhecido. Alguns amigos e boas histórias para se viver. Confusões pipocando de estrela cadente pra estrela cadente. Apesar de ser o lugar onde vive minha vida inteira, agora, estando fora, voltar parece uma viagem cheia de lembranças e novidades – ou só momentos que não percebia por ser parte de tudo isso.


Parte um
boas vinda

Uma mochila nas costas guardava algumas peças de roupa, livros e um garrafa de bebida barata. Carona de Porto Alegre para Carlos Barbosa. Pouco mais de uma hora e meia de estrada, duas cidades bem próximas no sul do país.

Chegando fazia frio, bastante frio. É inverno e aqui o vento sopra gelado pra caralho. E as latas de cervejas ficam quase impossíveis de serem seguradas. Porém ,são cervejas então a gente se esforça um bocado. Um telefonema basta para saber o que todos os teus amigos fazem naquela noite.
Entravam numa festa típica onde se desembolsa uma boa grana e bebe e come até aguentar. Ou te mandarem embora. Recém colocava meus pés na cidade. Fazia tempo que não voltava, precisava ver a família. Afinal são eles que me dão casa e comida e nenhuma pergunta quando acordo as quatro da tarde nesses dias. Uma janta como há muito tempo não tinha. Uma garrafa de vinho a menos para o meu pai.

Por aqui as coisas começam cedo. Pouco antes do dia virar madrugada ligo pro Jones:

- Sai de casa agora e vai pro bar, tô chegando daqui a pouco. não demoro mais que uma compra de cigarro.

Fui. O bar que falava é o mesmo de quando ainda morava aqui, uns cinco anos atrás. Na época até arriscava alguma de baixista e vocalista num banda. E era uma boa banda. Gostava daqueles tempos de cantar completamente bêbado uma canção do cazuza e ver os amigos ainda mais bêbados curtindo muito o som embaixo do palco. Eram bons tempos.
Não sabia o que encontrar dessa vez, um cartaz anunciava o show de três bandas que nunca ouvira falar. E isso, pra carlos barbosa, onde todos sabem tudo de todos, era algo muito significativo. Entrei. Jones não estava, mas de cara escuto alguém chamar meu nome, um abano do balcão e uma companhia.

-Quanto tempo, que que tu faz por aqui?

Me perguntou a Su enquanto trocávamos abraços e beijos e sorrisos pela felicidade de nos encontrarmos tanto tempo depois. Expliquei das férias e que iria ficar uns dez dias e ela me pagou uma cerveja. Ela adora pagar cervejas. Eu, adoro a Su.
No balcão conversávamos sobre esses últimos tempos entre garrafas e mais garrafas até que o pessoal foi aparecendo. Primeiro o Will e uns conhecidos. O Jones e alguns rostos amigos. O Feli e um cara completamente desconhecido. Ninguém nunca chega sozinho por aqui. Eu já não era mais desse lugar.

As sete moedas de um real que tinha no bolso logo foram parar nas mãos da bela garota que nos servia cerveja. Tão pela que o Jones - um dos caras mais tímidos que conheci - perguntava se ela tinha namorado e dizia como bonita era. Sem graça, ela sorria. Sem graça, os dois sorriam depois de breve conversa.
Trocávamos garrafas como se fossem cartas. Todos rindo, revivendo lembranças, compartilhando idéias e salivas. Os shows aconteciam no palco, nós, não conseguíamos sair de perto do balcão. Conversa vai, cerveja vem e noite só começava. Eu euforico ouvindo aquelas vozes conhecidas, bêbadas, me cercando e algumas dizendo de que como era bom eu estar ali.

-arinha me traz alegria, sussurou uma delas.

- hoje eu sou um cara muito feliz, respondia.

5 comentários:

Adriana Gehlen disse...

:)

Anônimo disse...

Estava com saudades das suas escritas.Mais saudades ainda tenho de quando vivi dias parecidos com tudo que disse.
Meu conforto é saber que no começo da semana estarão sempre aqui.
Pq nem imagino quem seja,mas te ler me faz tão bem =)

beijos

bruno the thief disse...

lindo e tudo o mais.

**** disse...

Cerveja, cigarros e amigos!
Combinação explosiva pra momentos felizes.
Abraços, cara

Anônimo disse...

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